quinta-feira, 21 de junho de 2007

Nas manhãs e nas tardes que passo andando



Quando penso em você, distante na Geografia que não conheces, penso em como nós dois poderíamos estar juntos se estivéssemos com as costas estendidas nos ladrinhos da cozinha. Sentindo o frio pelos objetos do chão, sei que toca Sometimes (My Bloody Valentine) num som que puseste no quarto, ou talvez na sala, ou em qualquer local distante, mas dentro deste universo imaginário que criamos para nós.

A música vai nos guiando pelos ecos e paredes por onde saiu tocando, percebo que é mais agradável assim do que possuirmos tomadas por toda parte da casa. Sem palavras, olhamos para o teto branco corrigindo-o com os olhos, a direção que a pá do pedreiro fez arrumando o cimento parece transparente e a parede já não parece tão branca.

Calados, sem precisarmos de mais palavras do que isto, não passaremos momentos mais confusos do que foi este dia, ou outro que passou amontoado. Eu poderia dar uma tragada neste momento mas não sei se devo invadir ainda mais o ar. - Felizes são os que vivem à distância sem se importar com isso.

publicado como depoimento de Orkut para a querida Cecília

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