segunda-feira, 24 de novembro de 2008

resposta


Eu amo tudo que está a passar, mas também amo a permanência dos sentidos, os odores das palavras, o balé dos olhos. Em mim, tudo isto está conectado feito a névoa de um Sonho, mas não é apenas em mim que ele se ritualiza, e se atualiza!

Eis o Belo de meu Sonho! eterno e não tão só, passadiço e não pueril. O Belo para quem tem a alma multiplicada na ponta dos dedos. De quem já se feriu muito em cada corte, profundo ou concreto, hoje transformado em trajeto, encanto desenhado na carne da alma feito rugas.

E se há alguém de perguntar se meu Belo existe, lamento dizendo que meu Belo só existe onde há Estrangeiros se encontrando. O Belo, ao menos para mim, jamais será permanência do lado oculto da sombra, o Belo está para a permanência em execução, difusa ou irreal.


resposta à você, em atraso ou muito adiantado, como sempre.
24 de novembro de 2008
Quadro: Hylas and the Nymphs, John William Waterhouse(1896)

3 comentários:

Anônimo disse...

os sentidos permanecem? imagino um caleidoscópio e vejo os sentidos sempre assumindo tantas formas...o que permanece? porque a "resposta" em atraso ou muito adiantado?

como sempre

plincs disse...

onde estrangeiros se encontram.
ô!
te digo boa noite e tu não é estrangeiro.

gloria disse...

Essa (sua) carta é uma elegia aos trajetos que permancem, embora banhados por ondas de passagem. "Eis o Belo de meu sonho! eterno e não tão só, passadiço e não pueril." Eu sei, hoje, meus olhos conseguem discernir. Você ama o amor que te adentra, que faz emergir torrões inexplorados da alma. Mesmo que o amor nào saiba, nunca saiba! É belo!Que esses "desenhados na carne feito rugas" sejam visitados como uma sagrada obra de arte. E que o apreciador sinta-se inspiraçào e matéria-prima da obra do criador. Só então o amor será elegia, de amor. Um dueto de difuso e real, feito carne e sangue. bjs